terça-feira, 2 de junho de 2015

Viagem de campo, disciplina de Sistema Terra I, Parque dos Varvitos de Itu e campo de Matacões de Salto, realizada no dia 30 de maio de 2015

No dia 30 de maio de 2015 às 8:00 horas, saímos com as turmas da disciplina de Ciências da Terra I, para Trabalho de Campo, na região de Itu, mais precisamente no Parque dos varvitos de Itu. Pode-se considerar esse Trabalho de Campo como do tipo Motivador, pois visava basicamente despertar o interesse dos alunos para uma situação ou componente, a partir dos conhecimentos prévios, ou sua ausência, nos alunos das turmas do período diurno e noturno, que participaram da atividade. Observou-se que os professores buscavam valorizar a paisagem, o senso comum e a afetividade do aluno para o lugar e , principalmente despertar sua curiosidade.
Alguns pontos me chamaram a atenção, na chegada ao parque os professores pediram que os alunos observassem o piso da entrada do parque e que tentassem lembrar onde tinham visto esse tipo de estrutura ou feição. Algumas conexões foram estabelecidas:
_ Professor, parece como um fluxo de lava...
_ Tem formato de ondas...
Os professores chamavam a atenção para o possível, ambiente de formação da respectiva feição, porém evitavam de dar respostas prontas. A partir de determinadas informações, os informações os professores começam a repassar dicas, tais como:
_ Você já foram à praia? Lembram-se de ter visto marcas na areia provocadas pelo movimento das ondulações? Façam conexões...
A partir dessa conexões os alunos passavam a associar as marcas deixadas nos sedimentos, aos movimentos das ondas sobre a areia e sua posterior impressão nos mesmos.
Num outro ponto já dentro do parque, os professores pedem que os alunos se aproximem das paredes formadas pela deposição de sedimentos em estratos plano-paralelos que formam o local e que estabeleçam relações com a dinâmica do ambiente. Pedem que os mesmos tentem explicar por que os estratos alternam cor, textura e granulometria.
_ Para depositar o sedimento nessa posição o ambiente deveria ser muito calmo...
_ Deve ter alterado a energia do ambiente...
Os professores tentavam não responder, mas incitar mais o raciocínio dos estudantes.
Um dos professores pede que alguém explique a presença de um fragmento maior, um bloco ou matacão, no meio dos estratos formados por material muito mais fino (silte, argila e areia muito fina), alguns elaboram algumas hipóteses e apresentam-na ao professor.
_ Deve ter caído, né...?
_ Mas caiu de onde? Completa o professor.


Parque dos Varvitos de Itu: presença de um clasto ou seixo caído sobre os estratos
Num outro ponto, o professor pede que os alunos observem as estratificações cruzadas presentes nas camadas ou estratos e que tentem explicar como se formaram.
_ Deve ter sido algum movimento da água, talvez um fluxo...
_ Por que será que será que a gente consegue observar as estratificações cruzadas nessa parede e naquela parede não...? Aponta o professor.
Novas teorias são elaboradas:
_ Será que mudou a direção do fluxo?
_ Não houve mais fluxo?
Então o professor pede que olhem que a feição é observada sob um ponto de vista lateral numa parede e sob um ponto de vista frontal na outra, portanto é apenas uma questão da direção observada.

Estratos plano-paralelos que formam os Varvitos de Itu, presença de uma fratura na rocha

No Parque Montounné, no município de Salto, outra situação me chama a atenção.
O professor explica que a rocha observada apresenta estrias e que as mesmas teriam sido formadas pela movimentação de uma geleira carregada de fragmentos de rocha e que a mesma ao passar pela rocha teria riscado sua superfície, criando essas estrias, como se fosse uma lixa. Começam as relações:
_ Mas professor, geleiras no Brasil? Nosso clima é tropical...
_ Como pode...geleiras no Brasil?
O professor então pede que os alunos façam conexões com a deriva dos continentes. Em seguida novas relações são estabelecidas.
_ Esse local no passado estava submetido a um clima mais frio pois ocupava uma posição diferente da atual.
_ No passado, quando essa região estava mais próxima dos polos formou esse ambiente, com a movimentação das placas esse ambiente passou a ocupar uma região diferente sob novo clima...
Num novo local, ainda no município de Salto, a observação de uma campo de matacões de granito, novamente os professores pedem que os alunos apresentem explicações sobre a origem desse material.
_ Devem ter sido formadas pela erosão...
_ Que tipo de erosão? Devolve o professor.
Os alunos são levados para a praça, onde diversas amostras de granito, demonstram a variedade de litotipos da região, diversos tipos de granitos com variações de graus de cristalização, tamanho de cristais, coloração, disposição e posição dos cristais.
_ Por que são diferentes?
_ Por que alguns cristais aparecem com as bordas diferentes? Mais perguntas...
Ao final, uma visita ao salto que dá nome ao município, onde foram observadas marmitas, feições erosivas formadas pela ação abrasiva do rio.
Parque dos Varvitos de Itu: presença de estratificações cruzadas

Evidências da poluição do rio Tietê: espuma criada pelo turbilhonamento das águas do rio em águas com detergentes

Alunos prestam atenção e registram informações apresentadas pelo orientador

Vista Frontal dos Varvitos

Presença de rastros de organismos nas camadas de sedimentos que formam os Varvitos



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